Começo por dizer-lhe o que o coaching não é: Uma bateria de perguntas, com uma sequência própria, que conduz a resultados concretos.
Agora o que o coaching é: relacionamento.
A maior parte das pessoas pensa verdadeiramente que basta fazer um curso e aprender uma série de procedimentos para ser coach. Julga que fixar as perguntas certas, na sequência certa, e aplicar técnicas e exercícios certo no momento certo faz delas coach.
Pois bem, não chega. Não são os exercícios e as perguntas que fazem o coach, mas sim o que as perguntas e as técnicas fizeram do coach, à sua identidade e à relação que tem com ele próprio.
A relação que tem consigo próprio tem influência e consequências directas no relacionamento que tem com os outros. Coaching é relacionamento. Relacionamento é o seguinte:
1 - Aceitar o outro como ele é, com as suas características, que são fruto de um passado original, da educação obtida, das experiências vividas e das convicções adquiridas;
2 - Estar disponível, ainda mais como coach, para escutar o outro e entregar-lhe a atenção, sem objecções, sem o pôr em causa;
3 - Respeitar o outro, considerando-o adequado, uma pessoa ok;
4 - Não julgar, apenas escutar. Não sugerir, apenas perguntar. Isto significa partilhar a intimidade do outro sem a invadir.
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Atente que uma coisa é fazer um curso de coaching, outra é ser coach. Há uma distância e uma diferença muito grande. Habitualmente, quem faz um curso sente que ganhou algum poder (de compreender, de perceber) e que atingiu um grau de desenvolvimento acima dos outros. Quem é coach tem uma perspectiva contrária, de mais responsabilidade e de menos certezas do que antes. As ferramentas e as técnicas são importantes como um meio para atingir um fim, não um fim em si.