«Só aquele que sabe poderá falar sobre o assunto. O que conhece não passa de uma mera testemunha que presenciou algo sem aprofundar», respondeu o mestre zen ao aprendiz.
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Uma coisa é tirar um curso de coaching, outra é ser coach. Leve isto para a vida. O curso de coaching é o início de uma jornada interior que tem de ser vivida. Quando acaba de fazer um curso de coaching, passa a conhecer a metodologia, as técnicas e os exercícios possíveis. Esse conhecimento pode levá-lo/a acrescentar mais e mais, até chegar ao estado de sabedoria.
Como saberá?
Saberá quando sentir que é coach o tempo todo e não só em contexto de consulta ou de formação. Quando, em todas as conversas, em todas as situações, você usa a metodologia do coaching. Na fila das finanças, na paragem do autocarro, na fila de trânsito, no supermercado, no clube, em casa, com os amigos, com família e na empresa.
A sabedoria leva-o a comportar-se sempre como coach, sendo o coach de si mesmo/a. Deixa de ceder a impulsos como antes, deixa de sofrer dos mesmos automatismos comportamentais como antes, deixa as velhas opiniões-cliché e aqueles juízos de valor do pronto-a-dizer.
No dia em que se sentir diferente do que era antes, saberá que acumulou sabedoria e que há muito para saber ainda mais.
Se tal não acontecer, poderá ser o sinal de que ficou pelo conhecimento. Fascina-se nas suas sessões por uma reacção do cliente, sente-se superior às outras pessoas, julga que está num nível superior de evolução e tem muita necessidade de dizer ao mundo que é coach, de falar sobre o que «sabe», não sabendo que apenas fala sobre o que conhece. Aquele que conhece faz muito ruído falando. O que sabe fica em silêncio, esperando acrescentar mais saber à sua sabedoria.
A finalizar, há uma diferença grande entre conhecimento e sabedoria: tempo. Sabedoria acontece acrescentando unidades de tempo de conhecimento. Conhecimento vive do efémero contacto pontual com uma situação, ficando convencido que a realidade é aquela e não mais.