O grande problema das justificações é que podem conduzir-nos à estagnação. Um dia, quando «acordamos» e ganhamos um pedaço de consciência, concluímos que não conseguimos realizar por causa das justificações que inventámos e promovemos.
Para tudo há uma causa e para cada causa pelo menos uma justificação. Quem ganha competências soberbas a gerir justificações apontando as causas permanece incompetente a gerir consequências, ganhando por conseguinte outra competência: a do lamento ou queixume. E por causa das justificações não chegámos onde queríamos e agora, se calhar, por causa do «timing» e de «ser tarde», volta-se a justificar a causa da continuação da inércia.
- Cláudia chega tarde ao trabalho: «Foi por causa do trânsito»
- João chega tarde ao encontro: «Foi por causa do comboio»
- Tiago não foi estudar: «Foi por causa do dinheiro que não tinha»
- Dulce não acabou o curso: «Foi por causa do trabalho»
- Marta não cumpriu o prometido: «Foi por causa do tempo»
- David não entregou o relatório: «Foi por causa do computador»
- Carla não prestou atenção à aula: «Foi por causa de um problema que tenho»
- Manuel não foi para a universidade: «Foi por causa da idade»
- Etc., etc., etc., etc.: «Foi por causa de...»
Para tudo há uma causa e para cada causa pelo menos uma
justificação. Quem ganha competências soberbas a gerir justificações apontando as causas permanece incompetente a gerir consequências