Liderar é gerir os impulsos mais primários. Aqueles que nos trazem dissabores ou os que nos trazem mais para nós. Por exemplo, ter paciência suficiente para adiar uma recompensa para que esta mais tarde seja maior é sinal de inteligência emocional.
No início dos anos 70, o psicólogo Walter Mischel, Univ. de Stanford, fez um estudo comportamental com crianças com idades entre os 4 e 6 anos. «Tens aqui uma goma, podes comê-la já, porém, se esperares 20 minutos até eu voltar, terás mais uma». O filme abaixo ilustra o que foi feito na época.
O investigador ficou impressionado com a capacidade de muitas das crianças em conseguir retardar a recompensa imediata, conseguindo esperar os dolorosos 20 minutos.
Verificou que estratégias distractivas intencionais usaram para resistirem à tentação. Cantaram, direccionaram o foco para outro ponto. Fizeram jogos conjuntos, fecharam os olhos, numa espécie de exercícios meditativos e puro controlo. Enfim, brincaram com a atenção e o foco em nome de uma gratificação maior.
Daniel Goleman chama a isto de «pensar de cima para baixo», o que quer dizer que o córtex gere emoções e não o contrário. Ora para crianças com a idade de 4-6 anos, em que os processos cognitivos e emocionais estão ainda em desenvolvimento, é extraordinário.
O estudo não parou por aqui, estas crianças foram de novo «visitadas» na idade do acesso à universidade e as melhores notas pertenciam aos que tinham conseguido retardar a recompensa. Mais tarde, na idade adulta, os mesmos indivíduos foram identificados com carreiras profissionais mais bem-sucedidas.
A conclusão liga a inteligência emocional à capacidade de retardar uma recompensa imediata em nome de uma maior mais tarde. Não ser refém das emoções é sinal de que as usamos como informação.