Uma entrevista de coaching respeita um método próprio e requer um entrevistador (coach) bem estruturado e atento aos seus próprios processos internos. Para poder diferenciar um bom de um mau profissional, vejamos 6 pontos do que é que não é um encontro ou sessão de coaching? Será o que define um Coach de alguém que diz que é Coach.
1 - Não é uma Conversa = Conversar tem uma dimensão informal em que se trocam e partilham ideias. É um exercício de convivência informal, sem uma agenda definida nem um objectivo final. A superficialidade da abordagem dos assuntos e a variedade dos temas abordados levam apenas a momentos de bem-estar entre pessoas, em que uma até pode participar muito pouco.
- Algo semelhante a uma conversa pode apenas existir na fase inicial do encontro de coaching, na criação de rapport, antes do início da sessão propriamente dita
2 - Não é uma Discussão = A discussão implica o confronto de pontos de vista, uma atmosfera de perder e ganhar argumentos. Não é raro estar o ego presente e alterarem-se vozes, sendo que escutar não faz parte das regras do jogo, mas sim abafar o outro como se de um opositor se tratasse.
- No encontro de coaching não há discussões, pois o coach não combate ou desdiz o cliente, não precisa fazer valer a sua visão, não está ali para ganhar
3 - Não é um Interrogatório = Neste formato há um que faz perguntas e o outro responde, mas numa atmosfera de coercividade. Um avança, o outro defende-se. Um sabe o que vai perguntar, o outro mantém-se em alerta, expectante, pois não sabe o que vai ser falado a seguir. O modo interrogatório não é amigável e empático. É, sim, de pressão.
- Pode haver coaches que imprimam um estilo de interrogatório na esperança de criar resultados e convencendo-se de que o cliente irá responder melhor. Engano puro. Ninguém pode sentir-se acossado numa entrevista
4 - Não é um Discurso = Quando alguém toma a palavra e discorre sobre um assunto como se dominasse o tema, monopolizando a conversa. Há pessoas que se convencem saber do que o outro está a pensar, convencem-se saber mais do que o outro. Neste formato, a interacção é frágil, pelo que não se recolhe nem processa informação.
- Se o coach se põe a fazer discursos como se já soubesse do que se trata e já ter vivido experiências semelhantes, então é saberá que está na presença de um mau profissional
5 - Não é uma Confissão = Esta figura implica uma hierarquia, em que um está na posição de ouvir e eventualmente perdoar e o outro na posição de culpa, vergonha, esperando do outro compreensão e formas de pagar o que fez para obter alívio.
- Um coach não se pode colocar nessa posição, nem lhe cabe a função superior de ser juiz e administrar um castigo ou procedimento de perdão
6 - Não é Aconselhamento = Um diz ao outro o que fazer em cada situação, seguindo os pressupostos da sua própria vivência, experiência de vida e modelo do mundo. Ao cliente, resta-lhe obter uma fórmula vinda de outrem sem ter em conta o seu processo de vida e os seus valores. Aceita o que o outro sugere, de acordo com a perspectiva do conselheiro.
- O coach não dá sugestões nem conselhos. Não define o cliente nem o classifica. Juízos de valor ficam de lado. Se foi a um coach e ele dá sugestões, então é melhor mudar porque não é coach, apenas diz que é coach
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