Autoconsciência + Recuperação = Autodomínio
A conversa flui, o envolvimento é grande, o sentido de missão elevado… Mas por vezes, no meio de um intenso encontro com o cliente, há um pensamento que surge, um sentimento que emerge, um julgamento que espreita. Do exterior, há um telefone que toca, um cão que ladra, uma trovoada, uma ventania ou o ruído da chuva a cair. O som de uma voz cá fora, um buzinar de um automóvel, a estridência de uma sirene de ambulância ou de polícia.
Os sinais estão lá, prontos a promover a distracção. Os coaches são humanos, mas a maturidade dá-lhes o grande hábito da Autoconsciência e da Recuperação. Seja na sessão ou fora dela. E estas duas capacidades dão origem ao Autodomínio, um dos skills da Inteligência Emocional.
Autoconsciência para precocemente dar conta de pensamentos que surjam e para o efeito dos ruídos exteriores. Capacidade para recuperar rapidamente e voltar aos níveis de concentração anteriores.
Os coaches com maturidade promovem ambientes privados e seguros aos seus clientes, mas é inevitável alguma vez acontecer algo que perturba esse mundo. Um apontamento num papel na secretária, o toque da campainha, uma recordação vinda de algo que o cliente acabou de dizer.
O coach experiente sabe fiscalizar estes sinais distractivos e voltar ao foco, mantendo o tema do cliente presente e direccionado a soluções.
Em conclusão, o autodomínio não se refere só a estímulos do exterior, de situações ou de pessoas. Refere-se também a estímulos internos, que emergem da mente e do corpo. É um jogo do coach consigo próprio. Eu defino isto como «uma “luta entre mim e mim”, que tem tudo a ver comigo e pouco com outra pessoa.
Exercício: Se é coach ou terapeuta, faça uma lista de cinco (5) distractivos mais comuns que habitualmente interferem nos seus encontros com clientes. Reflicta e trabalhe a autoconsciência para melhorar as suas intervenções.
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