A diferença que faz a diferença total é o índice da nossa referência. Os objectivos cumprem-se com foco, independentemente de «correr mal» ou «correr bem» ou até «assim-assim». A grande diferença que faz a diferença total é quando pensamos o seguinte: se «correu mal» vou fazer ainda melhor.
1 - Pessoas alinhadas pela média
Acontece algo negativo e desistem, abrandam, ficam frustradas, angustiadas, tristes, bloqueadas, distraídas com as sensações negativas. Dizem «isto não vale a pena», «não vou conseguir», «não é para mim», «não é para agora», «não está ao meu alcance».
O índice de referência é que é absolutamente normal que uma pessoa se sinta assim sempre que algo corre como não quer. Então escolhe-se outra direcção, mais fácil, mais ajustada às frustrações e bloqueios. Actividades que tragam uma boa previsibilidade. Dentro da média.
2 - Pessoas acima da média, campeões
Acontece algo negativo e elas ganham ainda mais força e motivação. Dizem para elas próprias, «este é o caminho que tenho de fazer», «este é o caminho da aprendizagem musculada, do aperfeiçoamento suado e eficaz». O caminho para uma gratificação maior.
O índice de referência é que a verdadeira fonte de motivação é quando as coisas correm como não quer. Só assim ganha força, trabalha o talento, acrescenta valor e é desafiado.
Na foto em cima está Rafael Nadal, n.º 1 do ténis actual, que surpreende o mundo com a sua forma intensa de jogar. O fenómeno é que é muito perigoso ganhar-lhe um ponto, pois no próximo ele está lá com mais intensidade. É muito perigoso quando ele falha uma bola, porque na próxima ele está a fazer um Ás. É muito perigoso ele perder um set, porque cresce a probabilidade de ele ganhar os seguintes.
E é isto que surpreende e admira toda a gente, espectadores, imprensa, comentadores, locutores e desportistas. O índice de referência de Nadal, depois de dar tudo o que tem, fazer tudo o que é capaz, é «de cada vez que não correr bem, vou fazer ainda melhor e com mais dedicação»
E isto não é normal, não está na média. Ninguém consegue lembrar-se de ver Nadal entregue a angústias e tristezas. Por isso ele atinge objectivos a 100%, porque o seu índice de referência principal é o foco no que tem de fazer sempre, independentemente de ajuizar «corre bem», «corre mal», «corre assim-assim»