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JDias

Profissionais de cativeiro e os outros


Quando tu falas do que não sabes

e queres ensinar aquilo que não aprendeste

Não sabes andar de bicicleta, não sabes ensinar os outros

Dos três tipos de aprendizagem, só há uma que faz os verdadeiros profissionais. A que recorre à experiência e à vivência efectiva. A experiência é o maior bem. Impossível aprender sem experimentar, sem sentir na pele. Experiência é sujeitar-se, aventurar-se, arriscar-se e ganhar a legitimidade de um especialista.

Ora quando a experiência é vivida na cadeira, nada feito. Pode realmente papaguear um monte de conceitos, pode decorar tudo mas no final será sempre um profissional de cativeiro.

- Quando quer ensinar a Sentir quando só se pensou

- Quando quer ensinar Gestão, quando nunca geriu

- Quando quer ensinar Liderança sem nunca ter liderado

- Quando quer ensinar sobre Experiência de vida sem ter experiência de

O que o/a levará à mestria é a APRENDIZAGEM CONCRETA. Aquela em que está presente, participa e se envolve. Um pai ensina o que é um cão ao seu filho quando o coloca na presença de um e a criança lhe toca, sente, ouve e vê na realidade. Quanto interage com o cão e quando, ao longo do tempo, vai coleccionando ligações neurológicas correspondentes às sensações de cão grande, cão pequeno, mau, bom, preto, castanho, etc.

O que o/a levará a saber umas coisas é a APRENDIZAGEM SIMBÓLICA. Pode ver imagens, esquemas, desenhos, pode saber o que é um cão, um gato ou um leão através de fotos, mas na verdade essa sabedoria é incompleta, porque retida pela mente através de imagens e associada emocionalmente ao lugar onde está. Na sala, no quarto, num café.

O que o/a levará a papaguear um monte de coisas sem ter aprendido nada é a APRENDIZAGEM ABSTRACTA. Aquela que se confina a descrições verbais ou escritas. Tem acesso a uma descrição dos eventos, de fenómenos ou de entidades e forma apenas uma representação na sua mente. Nada sabe, nada pode ensinar, nada conhece.

Pois se quer ser profissional, quer ensinar algo, terá de, como o dito popular, «dar o corpinho ao manifesto», porque se vê imagens e figuras ou se apenas lê sobre os assuntos, não será muito útil nem a si nem aos outros. Apesar de poder dizer que há uma profissão bem definida para este tipo de pessoas: a de Comentador.

Uma coisa é certa e inevitável: Só pode ensinar aquilo que aprendeu na totalidade. Não aquilo que leu ou que viu. Tem de viver na primeira pessoa para poder ter legitimidade. Se não for assim, dará a imagem de um profissional de cativeiro.

Imagine o que é o leão do jardim zoológico

a querer ensinar o leão da selva a caçar

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